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Nativo das Américas, ipê está adaptado a diferentes regiões do país

Comemorando o programa de número 1900 neste domingo (22), o Globo Rural presta uma homenagem aos ipês e explica porque o Brasil não tem floresta comercial da árvore.

No começo da eletrificação em Porto Velho, capital de Rondônia, no bairro Cohab-floresta, foram utilizados postes de madeira. E um deles, com o passar do tempo começou a brotar e virou árvore outra vez. Descobriu-se que era um ipê. Hoje, já tem poste de concreto ao lado, mas o ex-poste ainda guarda no tronco. Os suportes da eletrificação. Tem até um reator. Em Porto Velho, ele é conhecido como o ipê que se recusou a virar poste, representando o vigor da espécie.

No Brasil central quem vê as floradas espetaculares, não imagina como o ipê pode ficar vulnerável. O agrônomo Jales Teixeira, professor e pesquisador da PUC e da Universidade Estadual de Goiás, fazem pesquisas com ipê. Ele explica que, apesar da rebrota de algumas espécies, a força da descendência está mesmo é nos frutos. Só que a semente do ipê tem validade curta. Duram 30 dias aproximadamente. Depois disso, gora. Com o retardo das chuvas, a água chega quando milhões de sementes já se tornaram chochas.

“Se esse quadro permanece, provavelmente os ipês não vão conseguir sobreviver naturalmente no seu ambiente”, explica Jales.

Menos ipê no ambiente é um 'baque' na cadeia biológica. Na florada é possível observar os bichos se fartando da espécie. Ele faz a ponte quando falta alimento, pois floresce no auge da seca. Dá musculatura aos polinizadores que, depois, vão beneficiar as plantas que só dão flor no período chuvoso. Sem contar o seu papel de climatizador, quando transpira.

“Ela retira água no lençol freático e coloca na atmosfera. Aproximadamente dois mil litros de água por dia”, fala Jales.Em uma fazenda, a equipe do Globo Rural encontrou o oficial de justiça, Fábio de Paula Santos, que tem mania de plantar essências nativas. Na propriedade da família, em Santa Helena de Goiás, ele cumpre um propósito de vida: rearborizar os pastos que o pai formou.

“Plantar árvores é um vício e uma coisa muito boa. Ao todo cheguei a plantar 40 mil mudas de espécies nativa. Dessas, 18 mil são de ipê amarelo, roxo e branco, conta.

Como tudo na região tinha sido desmatado, Fábio começou a recompor primeiro as áreas de preservação permanente e a reserva legal. Em dois pontos de lagoas temporárias, reflorestou as margens.

FONTE: www.g1.globo.com